
Por: Anderson Moraes Moreira
O Lado Oculto do Tique Azul: Da Responsabilidade à Manipulação Digital
O que a pela sua mente ao enviar uma mensagem pelo WhatsApp e notar que o segundo tique da pessoa não fica azul?
JORNAL O PRECURSOR / ANDERSON MORAES MOREIRA
O que a pela sua mente ao enviar uma mensagem pelo WhatsApp e notar que o segundo tique da pessoa não fica azul?
Na era digital, a dualidade é evidente, já que a comunicação instantânea pode ser vista como algo positivo e negativo ao mesmo tempo. No centro deste problema está o famoso duplo azul do WhatsApp um pequeno sinal carregado de expectativas, interpretações e, frequentemente, ansiedades.
Alguns escolhem desativá-lo, como se estivessem desligando uma sirene irritante que exige uma resposta imediata. Para eles, é uma maneira de se livrar da pressão social online que exige que as mensagens sejam respondidas quase que imediatamente.
- Por favor, você poderia me responder? Já faz horas que mandei a mensagem e estou ansioso(a) por uma resposta. (pessoa perguntando)
- Desculpe, só vi agora. Demorei para responder porque estava ocupado(a). (pessoa respondendo)
Na verdade, a pessoa viu a mensagem há muito tempo, mas decidi não responder naquele momento. Prefere responder apenas quando estiver em seu momento, na hora que lhe convir e se quiser responder. E o pior é que quem mandou a mensagem já sabe disso.
Eles rejeitam a ideia de serem controlados pelo "visto por último" e não am a pressão de ter que responder imediatamente em suas mensagens.
Algumas pessoas item uma angústia ainda mais intensa. Sentem-se culpados por não conseguirem responder imediatamente, seja por falta de tempo ou disposição moral ou emocional. Poderia ser qualificado com uma pessoa possivelmente narcisista?
O par de olhos azuis duplos se transforma em sinal de fracasso, um observador mudo de sua incapacidade em atender às exigências de prontidão virtual.
Desligá-lo é uma maneira de entendimento pessoal de proteger emocionalmente a si mesmo. Apesar de alguns argumentarem que é para preservar as outras pessoas, “não acharem que não estamos dando a devida atenção, olhando e não respondendo”, na realidade não a de puro engodo.
E há também aqueles que residem na parte mais obscura desta narrativa e que ao meu ver é sua grande maioria. Aqueles que desativam o tique azul que não o fazem por liberdade ou autopreservação, mas sim por falta de compromisso, responsabilidade ou, em certos casos, até má intenção. São os picaretas online, que se aproveitam da falta de transparência para evitar responsabilidades ou influências de pessoas próximas a eles.
Contudo, em meio a uma infinidade de interpretações e estratégias online, há um método simples que muitos negligenciam: igualmente simples e eficaz, consiste em evitar abrir ou ler a mensagem até estar pronto para responder, independentemente do assunto. Se a curiosidade for grande e não for possível responder imediatamente, uma frase pronta de grande utilidade é: "Não posso responder agora; retornarei em breve". Com isso, você ganha tempo para elaborar sua resposta, e a pessoa que enviou a mensagem não se sentirá ignorada, mas sim valorizada com a resposta. Esta é uma medida simples e eficaz que pode aliviar tanto a pressão social quanto as ansiedades pessoais.
No entanto, devido à sua própria natureza, os seres humanos possuem uma competência inata para a curiosidade. A velocidade acelerada do ambiente digital está aos poucos afetando as escolhas do cotidiano, atrasando a pressa em responder e acelerando a habilidade de ocorrências emocionais.
Dessa forma, o famoso ícone duplo azul do WhatsApp ainda mantém sua relevância.
Dessa forma, o famoso ícone duplo azul do WhatsApp ainda mantém sua relevância.